A Clínica do Autismo
(as aulas serão gravadas e todos inscritos terão acesso as gravações durante o curso)
Curso finalizado
Objetiva-se com este curso apresentar e problematizar como a noção de autismo foi forjada, passando por alterações ao longo do século XX. Posteriormente, destacar os trabalhos, estudos e pesquisas que psicanalistas têm realizado nos últimos anos, propondo uma leitura a partir dos tempos pulsionais e da formação da borda autística.
Por último, compreender alguns dos conceitos produzidos no campo da psicanálise quando se trata do trabalho clínico com as crianças em risco de fechamento autístico e as dificuldades e angústias dos profissionais da educação com relação ao crescente número de diagnósticos nas escolas.
Programa
Neste encontro abordaremos a história do autismo por uma perspectiva crítica, a partir da literatura psicanalítica sobre o tema, refletindo sobre as mudanças na categoria de diagnóstico do DSM em suas diferentes versões, assim, como os fatores que tem provocado o desencadeamento de um número alto de laudos abusivos e o impacto deles na educação básica.
Neste encontro, discutiremos como alguns psicanalistas se dedicam aos estudos do autismo, pensando os desdobramentos provenientes das falhas do circuito pulsional. Para isso, retomaremos a compreensão dos tempos pulsionais e da criação e uso de alguns indicadores desenvolvidos, como o IRDI (0 a 18 meses) e o APEGI (a partir dos 3 anos).
Autores como Jean Claude-Maleval e Eric Laurent têm discutido a noção de borda autística, nos ensinando sobre a formação dos duplos, as ilhas de competência e os objetos autisticos. Buscaremos percorrer por essas noções conceituais apresentando os trabalhos clínicos realizados junto às crianças diagnosticadas com TEA.
Quais os desafios que a escola enfrenta atualmente com um número cada vez maior de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista? Como os docentes têm lidado com esses desafios? Quem são as crianças “laudadas”? Como a psicanálise pode nos provocar a repensar o sujeito? Essas e outras inquietações serão discutidas neste encontro, promovendo um debate a partir de referenciais teóricos sobre o tema.
Público Alvo
Estudantes de psicologia, pedagogia e afins, professores, psicanalistas, coordenadores, diretores e familiares de pessoas com TEA.
Método
Aula expositiva e dialogada, recorrendo a imagens e gravações para as discussões teórico-conceituais.
Quem é o professor deste curso?
Psicanalista. Graduado em História e pedagogia, mestre e doutor em Educação pela Unicamp. Professor da educação básica e do ensino superior nos cursos de Psicologia (Faculdade Santa Lúcia) e Pedagogia (Faculdades Integradas Maria Imaculada).
Membro do IPEP – Instituto de Pesquisa e Estudos em Psicanálise nos Espaços Públicos e coordenador do GEPAPSI – Grupo de Estudos e Pesquisa em Autismo e Psicanálise. Dedica-se aos temas: autismo, infância, psicanálise e sexualidade.